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História de Ariquemes

20/12/2019 às 14h38
Por: Administrador/Fernando Mendes
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Por volta de 1794, o Vale do Jamari, onde surgiu o núcleo que deu origem ao município de Ariquemes, era conhecido pela abundância de suas especiarias nativas, destacando o cacau e o látex da seringueira. A região habitada por extrativistas e índios possuía vários seringais, principalmente o Seringal Papagaios. Nessa época, a Amazônia era desconhecida.

A ocupação do Vale do Jamari ocorreu por volta de 1900, principalmente durante o primeiro ciclo da borracha, mas sua ocupação efetiva começou a partir de 1909 com a construção da linha telegráfica de Cuiabá a Santo Antônio do Rio Madeira, uma maratona de muito trabalho e sacrifício, cuja expedição era chefiada pelo Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, em sua terceira viagem pela Amazônia.

Em 1915, essa região foi delimitada pela Resolução nº 735, de 6 de outubro, e denominado 3º Distrito do município de Santo Antônio do Rio Madeira.

O 1° Ciclo da borracha foi um período de grande migração nordestina, com os migrantes ocupando terras e extraindo riquezas naturais, especialmente o látex da borracha, de grande procura internacional por conta da 1° guerra mundial e do crescimento da indústria automobilística.

Emancipações[editar | editar código-fonte]

Em 11 de outubro de 1977, através da Lei nº 6.448, Ariquemes adquire sua emancipação política com a instalação política do município no dia 21 de novembro. Através da Lei nº 6.921, de 16 de junho de 1981, o município cedeu da sua área territorial para a criação do município de Jaru. Em 1988, através da lei nº 198 de 11 de maio, o município cedeu área, desta vez para a criação do município de Machadinho d'Oeste. Pelas Leis nº 364, 374, 375, 376 e 378 de 13 de fevereiro de 1992, foram consecutivamente doando áreas para a formação dos seguintes municípios: Jamari (atual Itapuã do Oeste), Alto ParaísoCacaulândiaMonte Negro e Rio Crespo. Há também o Garimpo Bom Futuro, um dos distritos do município com aproximadamente 2.500 habitantes, localizado a 95 km de Ariquemes.

Crescimento demográfico[editar | editar código-fonte]

Com as altas produções de borracha da Malásia, os seringais amazônicos entraram em decadência somente vindo a recuperar-se com a eclosão da II Guerra Mundial, em 1939, fazendo com que os aliados perdessem os seringais do oriente. A Amazônia via-se envolvida num conflito em função da borracha, iniciando, o segundo ciclo econômico com reflexos em todos os seringais já existentes. Novos imigrantes nordestinos surgir na Amazônia para contribuir com o trabalho na guerra que se desenrolava na Europa e no Oriente.

Na região de Ariquemes, durante o primeiro e segundo ciclo da borracha, havia vários seringais em toda a sua extensão, além do seringal papagaios havia também o seringal Monte Cristo, Seringal Recreio, Seringal Rio Branco, Seringal Massangana, Seringal Nova Vida, Seringal Guarani, Seringal Cajazeira, Seringal São Carlos, Seringal Setenta e Seringal Jaru. Segundo alguns antigos soldados da borracha, residentes em Ariquemes e Jaru, cada área tinha um proprietário que, na maioria das vezes, arrendava os seringais para os seringalistas

Em 13 de setembro de 1943, o presidente Getúlio Vargas, por meio do Decreto Lei nº 5.912, cria o Território Federal do Guaporé, e a região passou a fazer parte do município de Porto Velho como Distrito de Ariquemes. Induzido pelo Governo Federal, houve um fluxo migratório de nordestinos que se transformaram em seringueiros, formando um exercito de "Soldados de Borracha". Terminado o conflito mundial diminuiu o interesse pela borracha Amazônica.

Em 1958 com a descoberta da cassiterita, minério de estanho, novos contingentes migratórios ocorreram vindos de diversos pontos do país. Os garimpeiros se estabeleceram em volta do campo de pouso de aeronaves que escoavam a produção do minério, centralizaram suas moradias e os estabelecimentos comerciais.

Em fevereiro de 1960, o então presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, determinou ao Departamento Nacional de Estradas e Rodagens (DNER), a abertura e construção da estrada que acabou se tornando o leito da BR-364.

No dia 15 de abril de 1970, o Ministério das Minas e Energia proibiu a lavra manual de garimpagem da cassiterita sob argumento de ser predatória, determinando que a exploração das jazidas minerais fossem mecanizadas através de empresas. A partir daí, Ariquemes passou a ser apenas ponto de parada ao longo da BR-364.

Em 1972, Começaram os estudos realizados pelo INCRA nas áreas desapropriadas, que resultaram nos projetos de assentamento "Burareiro" e "Marechal Dutra". A partir de 1975, esses projetos entram em fase de implantação. O crescimento populacional é sentido e envolve a ação conjunta do INCRA, Governo do Território e Prefeitura Municipal de Porto Velho na criação de um planejamento urbano, com vista, a ocupação racional e planejada da área.

Antônio Carlos Cabral Carpinteiro, prefeito de Porto Velho, determinou a transferência da sede do Distrito, localizada as margens do rio Jamari, onde atualmente se localiza o bairro Marechal Rondon, para outra localidade próxima a BR-364, onde foi instalada a cidade planejada dividida em setores: Institucional, Industrial, Comercial e Residencial.

No dia 11 de fevereiro de 1976, a primeira árvore foi derrubada surgindo à Nova Ariquemes. A vila passa a ser chamada de Vila Velha. Houve tentativa de erradicação do vilarejo inicial, visto ser ele cortado ao centro pela BR-364, que lhe servia de eixo. Apesar das tentativas, o povo ali reside e manteve-se em grande parte ocupando a área atualmente incluída no plano urbano que representa uma referência histórica do município. Ainda hoje, pode se encontrar alguns pioneiros da imigração nordestina e seus descendentes do segundo ciclo da borracha, ruínas da instalação do posto telegráfico o mastro, além de alguns móveis, constituindo-se em memória viva daquela época.

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